Os estados petrolíferos e as empresas como a BP, a Shell e a ExxonMobil pretendem explorar novos campos petrolíferos, apesar da clara evidência de que o mundo está a ultrapassar rapidamente o seu orçamento de carbono.
Contudo, os investidores talvez devam notar que a Agência Internacional de Energia (AIE) está prevendo que o pico do petróleo está próximo. Por outras palavras, a oferta ultrapassará em breve a procura, tornando pouco provável que o investimento em novos campos petrolíferos seja rentável.
As previsões da AIE baseiam-se na utilização de veículos eléctricos, especialmente na China. O principal impulso por detrás do crescente mercado do petróleo nos últimos 15 anos tem sido a procura de automóveis por parte do público chinês cada vez mais abastado.
Mas agora a maioria dos carros eléctricos chineses são mais baratos do que os movidos a gasolina ou diesel.
Isto, juntamente com a mudança de veículos pesados de mercadorias para gás natural liquefeito (GNL) e a rede ferroviária de alta velocidade do país (que utiliza hidrogénio, electricidade e carvão) significa que a procura chinesa de petróleo diminuirá, de acordo com a agência.
Esta mudança está a ocorrer em todo o lado, embora a uma velocidade menor, afirma a IEA.
No ano passado, 20% dos automóveis vendidos a nível mundial eram eléctricos, um número que deverá aumentar para perto de 50% até 2030, e que continuará a crescer a partir de então.
A procura de petróleo atingirá, portanto, o seu pico no final desta década e começará a cair. Novos campos petrolíferos, especialmente com elevados custos de desenvolvimento, poderão em breve tornar-se activos irrecuperáveis. Boas notícias para o clima.