Home JUEGOS Por que apoiar indies é a chave para o crescimento da indústria...

Por que apoiar indies é a chave para o crescimento da indústria de games brasileira

21
0


“Juliana, vendi uma empresa que não tenho, você pode vir e me fazer uma empresa?”

Juliana Brito se tornou cofundadora e CEO do programa de aceleração indie Indie Hero depois que seu parceiro de negócios Ian Rochlin foi ao reality show Shark Tank Brazil e vendeu 25% da empresa ainda não lançada por R$ 1. Sim, você leu corretamente.

“O vídeo viralizou”, sorri Brito, lembrando Aparição de Rochlin no Shark Tank e seu telefonema para ela sobre a necessidade de ajuda para montar a empresa. “Na época, nós [already] tivemos a Game Jam Plus, a maior competição de maratona de desenvolvimento de jogos do mundo. Estamos em 42 países agora; tivemos 5.000 participantes no ano passado.

“E então ele foi ao Shark Tank e fez uma apresentação sobre uma empresa que seria a maior produtora de jogos sem produzir jogos.”

A jogada de Rochlin era pedir apenas um investimento de $R1 porque ele considerou mais importante ter investidores do seu lado do que dinheiro. Isso valeu a pena e garantir o apoio deles abriu muitas portas para a dupla, levando à criação do Indie Hero.

O programa acelerador funciona principalmente como uma plataforma que conecta desenvolvedores brasileiros com investidores. Mas a partir dessa ideia inicial de apoiar indies, a Indie Hero percebeu outras necessidades: embora houvesse financiamento disponível, a maioria dos estúdios “não estava pronta para isso”, diz Brito.

Então, a empresa deu um passo para trás e também incluiu suporte para aprender como fazer pitches, como autopublicar e muito mais.

“Começamos a ver outros tipos de necessidades para os indies, então começamos a organizar eventos B2B, [and] começamos a organizar o Brazilian Game Fest, um evento B2C para [studios] pode realmente crescer [their] mídia social, e nós meio que crescemos em torno disso”, continua Brito. “Porque nossa missão é que todos que querem [make a living] de [making] os jogos devem ser capazes de fazer isso. A indústria é grande o suficiente, e há dinheiro suficiente nela para que possamos realmente fornecer isso. Então é um programa de aceleração, eventos e todo esse tipo de coisa.”

“Acredito que o maior desafio para [game developers in Brazil] é se verem como empreendedores”

A Game Jam Plus e a Indie Hero têm 1.500 mentores ao redor do mundo para dar suporte a talentos emergentes. A empresa também está ajudando desenvolvedores brasileiros a montar seus estúdios de um ponto de vista mais prático, já que eles geralmente estão focados no jogo e não no negócio.

“Acredito que o maior desafio para [game developers in Brazil] é se verem como empreendedores”, diz Brito. “Eles passam por muitos desafios para entender que, para fazer o jogo que querem fazer, eles realmente precisam construir um negócio em torno dele. E isso é muito difícil para eles e às vezes leva anos antes que eles consigam um parceiro de negócios que assuma essa parte, ou [realise]”Ok, temos que fazer isso”.

A recente adoção de um marco legal para jogos no Brasil foi um passo monumental nesse sentido; algo sobre o qual você pode ler mais neste artigo sobre as implicações da legislação inovadora no país.

Isso é ainda mais bem-vindo porque o Brasil tem um terreno muito fértil para a indústria de jogos, tendo cresceu exponencialmente na última década.

“O Brasil tem 120 milhões de jogadores”, diz Brito. “Isso porque ainda não temos 100% de penetração de smartphones, temos 80%, então ainda tem gente que não tem smartphone e está adquirindo [them] agora mesmo. E também algumas regiões que estão [still] obtendo a internet. Então esse número vai crescer.

“Somos a décima maior economia de jogos do mundo hoje. Então, acho que há uma grande oportunidade para olharmos para o nosso próprio mercado e fornecermos jogos que sejam significativos para a população brasileira em si, com algumas coisas regionais com as quais nos identificaremos. A maioria dos 120 milhões de pessoas joga jogos AAA, mas eles gostam de jogos indie. Acho que há um mercado inexplorado.”

Brito comanda um evento chamado Brasília Game Festival na capital do país e diz que o entusiasmo pelos indies tem sido cada vez mais perceptível.

“Recebemos 60.000 pessoas em maio lá, e o indie alley foi uma das áreas mais visitadas do evento. Tivemos 36 estúdios indie, eles estavam lotados o tempo todo, muitos estúdios fizeram vendas, e tivemos uma média de 800% de crescimento em [social media] seguidores durante três dias de eventos. Isso mostra que temos um público com apetite por jogos indie, se soubermos como explorar isso. E isso vem [back] para a maior dificuldade dos desenvolvedores indie, ver a si mesmos como um negócio. Você está fazendo um negócio, não um jogo.”

“Não somos a Europa, mas ainda há mais fundos [in Brazil] do que em qualquer outro lugar da América Latina”

O número de fundos públicos também aumentou nos últimos três anos, diz Brito, graças, por exemplo, à lei Paulo Gustavo, uma iniciativa de financiamento público para ajudar o setor audiovisual a se recuperar pós-COVID. Ela também menciona o fundo cultural Aldir Blanc, lançado em 2023 como o maior investimento público no setor cultural na história do Brasil, com R$ 15 bilhões (US$ 2,6 bilhões).

“Temos alguns fundos públicos para jogos que não tínhamos no passado, e além disso, temos agora dois capitalistas de risco que têm fundos para jogos”, diz Brito, citando a Osten Games e a Bossa Nova Games. “E isso é algo que aconteceu nos últimos dois anos, então foi bem legal.”

Ela acrescenta: “Então não somos a Europa, mas ainda acho que há mais fundos do que em qualquer outro lugar na América Latina.”

Ser capaz de financiar novos estúdios é fundamental para o crescimento da indústria de jogos brasileira porque, como diz Brito, ela simplesmente não existe sem desenvolvedores independentes.

“A indústria brasileira é feita pelos indies. Não temos nenhum estúdio AAA aqui. Então, se você diz que vai fazer nossa indústria crescer, você deve fazer a indústria de jogos indie crescer. Essa é a única coisa que podemos crescer. Temos grandes empresas como Kokku, Dumativa, Puga, que fazem muita terceirização para estúdios AAA, mas elas não são a parte principal do nosso mercado – elas serão 10% do nosso mercado, talvez.”

O Brasil tem um importante estúdio móvel Wildlife (que cortou recentemente sua força de trabalho), enquanto um dos seus maiores estúdios, o Aquiris, foi adquirida pela Epic em 2023 para formar a Epic Games Brasil.

“E agora temos também o Caranguejo Eremita e o Gazeus [making] alguns milhões”, continua Brito, mencionando a diversidade dos estúdios independentes brasileiros e seu “ecossistema saudável” com desenvolvedores trabalhando em todas as plataformas e gêneros (havia 1.042 estúdios no Brasil no ano passado).

“Precisamos de uma base saudável de pequenos estúdios para que possamos manter uma [sustainable] mercado. Para realmente ter sucesso, usar uma pirâmide [image]você tem que ter muitos estúdios na base, e então você pega alguns no meio, então você pega alguns no topo. Todas as indústrias são assim, então precisamos ter uma base saudável para que possamos realmente ter um ecossistema. É super importante dar suporte aos estúdios indie. E todo mundo também sabe que a verdadeira inovação virá dos estúdios indie no mundo. Os grandes estúdios e editoras não estão inovando, porque é um grande risco. Os que estão tentando fazer novos tipos de jogos são os indies. É daí que a inovação virá.”

Olhando para o futuro, a Indie Hero espera fornecer mais suporte aos indies com os quais trabalha e ajudá-los a chegar ao topo.

“Estamos construindo plataformas para nos tornarmos, não uma publicadora em si, mas para ajudar a distribuir mais jogos. Então, estamos buscando educar o público brasileiro e latino-americano em geral, não apenas para jogar grandes jogos, mas também para jogar indies. Todas as nossas ações visam fazer isso agora, para realmente construir uma comunidade e produzir conteúdo para que todos esses estúdios possam encontrar seu próprio nicho dentro da nossa comunidade.”

Ela continua: “Estamos fazendo acordos com alguns [developers]só para que eles possam ganhar algum dinheiro dentro do estúdio e realmente ganhar alguma tração. Nosso objetivo é realmente [teach developers] como ser financeiramente estável e trazer alguma receita recorrente. Com alguns estúdios, nós fizemos, tipo, ‘Faça um jogo por mês’, e então eles os lançaram no Steam para gerar $500 ou $1.000 mensais. Em dólares, isso é muito para os brasileiros. Agora estamos fazendo esse tipo de coisa para que eles possam realmente ter algumas maneiras de o estúdio não ir à falência enquanto eles estão trabalhando em uma propriedade intelectual maior. Nossa missão agora é solidificar esse dia a dia para os estúdios.”

Reportagem adicional de James Batchelor





Source link

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here