No reino do levantamento de peso, onde cada quilo pode fazer ou destruir um sonho, o quase fracasso de Mirabai Chanu nas Olimpíadas de Paris 2024 deixou uma marca indelével. Chanu, uma das atletas mais condecoradas da Índia, perdeu a medalha de bronze por apenas um quilo, terminando em quarto lugar no evento de levantamento de peso feminino de 49 kg, extremamente competitivo.
MIRABHAI CHANU LEVANTANDO 88 KG. __ foto.twitter.com/HsSxi4GVH2
— Johns. (@CricCrazyJohns) 7 de agosto de 2024
O agonizante quase acidente
Mirabai Chanu, carregando as esperanças de uma nação, demonstrou imensa força e determinação. No entanto, as estrelas não se alinharam para a potência de 4’11” já que ela conseguiu um levantamento total de 199 kg. A chinesa Hou Zhihui conquistou o ouro com um total de 206 kg, a romena Valentina Cambei levou a prata com 205 kg, e a tailandesa Surodchana Khambai garantiu o bronze com 200 kg.
A decepção de Chanu era palpável enquanto ela estava na plataforma, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Apesar do esforço hercúleo, ela ficou pensando nos “e se”, tendo perdido por pouco a chance de adicionar outra medalha olímpica à sua coleção.
Uma jornada extenuante
Este ciclo olímpico foi particularmente árduo para Chanu. Lutando contra uma série de lesões e desafios pessoais, incluindo a turbulência em seu estado natal, Manipur, ela perseverou com determinação inabalável. Sua jornada para Paris foi marcada por um corpo quebrado e uma mente testada até seus limites, mas seu espírito permaneceu inquebrável.
A preparação de Chanu para as Olimpíadas foi uma busca incansável pela perfeição. Sob o olhar atento de seu treinador, Vijay Sharma, ela pretendia levantar um recorde pessoal para garantir um pódio. No entanto, a competição provou ser excepcionalmente difícil, e mesmo o melhor de Chanu não foi o suficiente.
O pedágio físico
O corpo de Chanu suportou o peso de anos de treinamento intenso. Do pulso ao ombro, costas, quadril e coxa, lesões atormentaram sua jornada. Apesar desses desafios, ela seguiu em frente, sua mente inabalável mesmo quando seu corpo vacilou. Suas lutas destacam o imenso pedágio físico que atletas de elite suportam em sua busca pela glória.
Na preparação para Paris, Chanu passou tanto tempo na clínica do ortopedista quanto no centro de treinamento. Sua jornada de reabilitação a levou de Patiala para um laboratório de fisioterapia nos EUA e um cirurgião em Mumbai. Essa busca incansável para “consertar” seu corpo ressalta os sacrifícios extraordinários feitos pelos atletas nos bastidores.
Momentos de triunfo e sofrimento
A jornada olímpica de Chanu tem sido uma montanha-russa de emoções. Da prata nas Olimpíadas de Tóquio à quase derrota de partir o coração em Paris, sua história é de resiliência e coragem. Seu ciclo de Tóquio a Paris foi repleto de lesões, mas ela nunca perdeu seu sorriso contagiante e seu espírito indomável.
Nos Jogos Asiáticos do ano passado, o corpo de Chanu cedeu durante um levantamento, levando a uma lesão grave no quadril. Este incidente foi um lembrete gritante da linha tênue entre o triunfo e o desastre no levantamento de peso. Seu retorno à competição no início deste ano, após um longo processo de reabilitação, foi uma prova de sua perseverança.
Elevador final em Paris
Em Paris, Chanu levantou 88 kg em sua tentativa final de snatch, igualando seu recorde nacional. No entanto, foi no clean and jerk que a competição se intensificou. Cambei, da Romênia, liderou com um levantamento final de 93 kg, enquanto Hou Zhihui, da China, seguiu com 89 kg. As tentativas de clean and jerk de Chanu a fizeram levantar 111 kg em sua segunda tentativa, mas ela não conseguiu levantar 114 kg em sua tentativa final, deixando-a um pouco abaixo do pódio.
Apesar da decepção, os esforços de Chanu não podem ser ignorados. Sua jornada tem sido um testamento de sua incrível força, tanto física quanto mental. Embora ela possa não ter garantido uma medalha em Paris, seu legado como uma das maiores levantadoras de peso da Índia permanece intacto.