O mundo do críquete foi atingido pela tristeza quando o trágico falecimento de Graham Thorpe, um dos batedores mais reverenciados da Inglaterra, foi revelado como resultado de suicídio após uma batalha prolongada contra a depressão e a ansiedade. Thorpe, que gravou seu nome nos anais da história do críquete com sua técnica impecável e resistência mental, sucumbiu a uma luta interna que, no final, custou sua vida. A morte prematura do jogador de 55 anos desencadeou uma reflexão sombria sobre os desafios de saúde mental frequentemente negligenciados enfrentados pelos atletas.
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Uma carreira histórica marcada pela excelência
A jornada de críquete de Graham Thorpe começou com uma estreia pela Inglaterra em 1993 e, ao longo dos 12 anos seguintes, ele se tornou um valente do time. Conhecido por sua determinação inabalável e destreza excepcional no rebatimento, Thorpe jogou 100 partidas de teste, acumulando 6.744 corridas com uma média de 44,66. Sua carreira foi decorada com 16 centuries, nenhum mais memorável do que seus 200 invictos contra a Nova Zelândia em Christchurch em 2002 — uma performance que sintetizou sua coragem e determinação.
As contribuições de Thorpe se estenderam além de seu tempo como jogador. Depois de pendurar as chuteiras em 2005, ele fez a transição para o treinamento, eventualmente se tornando o técnico de rebatidas da Inglaterra. Seu profundo conhecimento do jogo e sua habilidade de orientar jovens jogadores fizeram dele um trunfo valioso para o time. No entanto, abaixo da superfície dessa carreira de sucesso, Thorpe estava lutando com uma batalha muito mais assustadora do que qualquer outra que ele enfrentou em campo.
A Luta Silenciosa
Em uma entrevista franca com o The Times, a esposa de Thorpe, Amanda, e as filhas, Kitty e Emma, compartilharam os detalhes de partir o coração de sua batalha contra a doença mental. A luta de Thorpe contra a depressão e a ansiedade começou a surgir em maio de 2022, quando ele fez uma tentativa séria de suicídio. Apesar de receber tratamento intensivo, sua condição permaneceu grave, e sua saúde mental continuou a se deteriorar nos dois anos seguintes.
Amanda falou sobre o preço que a doença mental cobrava de um homem que já foi o epítome da fortaleza mental no campo de críquete. “Graham era conhecido como alguém que era muito forte mentalmente no campo e tinha boa saúde física. Mas a doença mental é uma doença real e pode afetar qualquer um. Apesar de ter uma esposa e duas filhas que ele amava e que o amavam, ele não melhorou.”
Kitty, a filha mais velha de Thorpe, ecoou os sentimentos da mãe, destacando a profundidade do desespero do pai. “Ele amava a vida e nos amava, mas simplesmente não conseguia ver uma saída. Era de partir o coração ver o quão retraído ele havia se tornado. Ele não era a mesma pessoa. Era estranho ver essa pessoa presa no corpo do pai.”
Um apelo para abordar a saúde mental nos esportes
A revelação da morte de Graham Thorpe causou ondas de choque na comunidade do críquete, com muitos refletindo sobre a imensa pressão que os atletas enfrentam durante e depois de suas carreiras. A morte de Thorpe é um lembrete gritante de que as lutas pela saúde mental podem afetar qualquer pessoa, independentemente de sua persona pública ou força percebida.
À medida que as homenagens chegam, há um chamado crescente dentro do mundo dos esportes para priorizar o suporte à saúde mental para atletas. O estigma em torno da doença mental frequentemente impediu discussões abertas, mas a família de Thorpe espera que sua franqueza sobre sua luta encoraje outros a buscar ajuda sem medo de julgamento.
Kitty enfatizou a importância de quebrar o silêncio em torno de problemas de saúde mental: “Não temos vergonha de falar sobre isso. Não há nada a esconder e não é um estigma. Este é o momento de compartilhar as notícias, por mais horríveis que sejam. Queríamos poder falar e compartilhar, e agora gostaríamos de aumentar a conscientização também.”