Os ventos da mudança estão soprando pelo críquete do Paquistão mais uma vez, e Gary Kirsten pode ser a próxima vítima de alto perfil. O técnico sul-africano, que foi aclamado como um divisor de águas quando foi nomeado no início deste ano, se viu sob imensa pressão após uma série de performances decepcionantes. O ICC Champions Trophy de 2025 se aproxima, e muitos já estão prevendo que ele pode marcar os últimos dias de Kirsten como técnico principal do Paquistão.
Lutas que levam à agitação
O críquete do Paquistão, frequentemente caracterizado por sua base de fãs apaixonada e liderança volátil, se viu em uma tempestade. Apesar da reputação de Gary Kirsten como uma das melhores mentes do críquete, os resultados não foram a seu favor. Os recentes desastres, particularmente na Copa do Mundo T20 de 2024, deixaram o mundo do críquete em choque e decepção.
A eliminação do Paquistão na fase de grupos, pontuada por derrotas humilhantes para os EUA e a arquirrival Índia, levantou sérias questões sobre a preparação e estratégia do time. A derrota dos EUA foi especialmente difícil de digerir, dado seu status como uma nação que não joga testes. Muitos fãs e especialistas, incluindo ex-jogadores de críquete, agora estão questionando abertamente se Kirsten tem o que é preciso para liderar o time para sair de sua atual crise.
Aviso de Basit Ali: ‘Tata Bye Bye para Kirsten’
O ex-jogador de críquete do Paquistão Basit Ali não mediu as palavras quando previu recentemente que o tempo de Gary Kirsten como treinador principal provavelmente terminará após o Champions Trophy de 2025. Falando em seu canal do YouTube, Ali fez uma afirmação ousada, afirmando: “Parabéns a Gary Kirsten. Ele estará no comando do time até o Champions Trophy. No entanto, ele será demitido depois disso. Será tata, tchau para ele.”
A previsão de Ali reflete a incerteza dentro do críquete paquistanês, onde a paciência geralmente dura pouco. Ele também aludiu à política interna que tem atormentado o time por anos, um fator que ele acredita que contribuirá para a queda de Kirsten. “Eles entraram na política do críquete paquistanês. Eles não terão sucesso”, Ali comentou, uma declaração que ressalta as questões mais amplas dentro do time além do desempenho em campo.
Kirsten conseguirá reverter a situação?
Apesar da pressão iminente, Kirsten continua comprometido com seu papel e expressou publicamente seu desejo de “trazer orgulho de volta ao críquete do Paquistão”. Em um acampamento de alto nível recente organizado pelo Pakistan Cricket Board (PCB), Kirsten enfatizou a importância do profissionalismo e da união dentro do time. Ele reconheceu que o time atual deve melhorar em várias áreas se quiser competir no mais alto nível.
“Queremos que o time do Paquistão seja o mais bem-sucedido possível em todos os formatos”, disse Kirsten. Ele também destacou a importância de se apresentarem como profissionais e restaurar o orgulho em um time que, às vezes, pareceu fragmentado e desarticulado.
Embora as palavras de Kirsten ofereçam esperança, as ações falarão mais alto. O Champions Trophy, programado para ser realizado em fevereiro de 2025, apresenta um momento crítico. Como nação anfitriã, o Paquistão tem a vantagem de jogar em casa, e as expectativas serão altíssimas. O futuro de Kirsten provavelmente depende se o time pode pelo menos chegar às semifinais, uma tarefa que até Basit Ali acredita que será uma conquista significativa, dado o estado atual das coisas.
Lutas internas: um camarim dividido
Uma das principais questões destacadas durante o recente “acampamento de conexão” em Lahore foi a falta de unidade dentro do time. Relatórios surgiram sugerindo que os jogadores expressaram preocupações sobre a má comunicação entre eles e os principais oficiais. Em resposta, o PCB concordou em criar um comitê independente de dois membros para atuar como uma ponte entre os jogadores e o conselho, um movimento que visa abordar a agitação interna.
Babar Azam, que continua sendo o capitão do time de bola branca do Paquistão, também se viu no centro desta crise. Embora tenha mantido sua posição, muitos acreditam que tanto ele quanto Kirsten estão com o tempo emprestado se os resultados não melhorarem.
A política do críquete paquistanês
Os comentários de Basit Ali sobre “a política do críquete paquistanês” geraram debates na comunidade de críquete. Política interna, intromissão de figuras influentes e a constante reorganização de jogadores e equipe são há muito tempo questões que desestabilizam o time. O fracasso de Kirsten em navegar nesse cenário pode ser sua ruína.
Embora a experiência de Kirsten como treinadora seja inquestionável — tendo levado a Índia ao triunfo na Copa do Mundo de 2011 — as complexidades de administrar o ecossistema de críquete do Paquistão podem ser maiores do que ele esperava.