A desenvolvedora Game Science foi solicitada a justificar um documento distribuído a influenciadores e criadores de conteúdo que exigia que a cobertura de Black Myth: Wukong não incluísse referências à covid-19, “política” ou “propaganda feminista”.
Quando o documento vazado pela primeira vez online no fim de semana, os jornalistas foram rápidos em apontar que não correspondeu papelada fornecida aos críticos que analisavam o jogo, levando alguns a supor que era falso.
No entanto, uma investigação mais aprofundada por VideoGames.si e repórter da Forbes Paulo Tassi confirmou que o documento – distribuído em nome da Game Science pelos profissionais de marketing da Hero Games – era autêntico.
O documento afirma que “ao usar a chave do jogo e criar conteúdo”, os influenciadores “reconhecem que [they] foram informados” de uma lista de coisas que devem e não devem ser feitas, que dizia para “aproveitar o jogo”, mas não: insultar outros influenciadores, usar linguagem ou humor ofensivo, “incluir política, violência, nudez, propaganda feminista, fetichização e outros conteúdos que instiguem discurso negativo”.
Os jogadores também foram proibidos de usar “palavras-gatilho” como quarentena, isolamento ou covid-19, e evitar discutir “conteúdo relacionado às políticas, opiniões, notícias, etc. da indústria de jogos da China”.
Nem a Game Science nem a Hero Games responderam ao nosso pedido de comentário.
A lista de “o que fazer e o que não fazer” vem depois acusações de recrutamento sexista e postagens em mídias sociais feitas contra o desenvolvedor Game Science no ano passado.
Em 2013, o cofundador do estúdio e artista principal Yang Qi escreveu uma longa publicação no Weibo dizendo que os jogos para homens e mulheres são diferentes devido a diferenças biológicas.